
Bonito, bonito, bonito. Terrence Malick, o poeta visual, do belo, da essência deste, do cinema como câmara natural da poética, do Homem, e da sua alma, nos seus princípios como Natureza, da sua renovação como existência. Antes disto, nada existia, ou melhor, antes disto, nunca nos tinhamos encontrado. O que somos, uma pergunta central no cinema de Malick, numa imagética proustiana, num encanto whitmaniano. Somos tudo, eu, nós, luz e imagem, até às nossas origens, percorrendo um passado, vislumbrando um futuro que é presente. Nascemos para descobrir(mo-nos) e (a)os outros, aceitar o amor quando nos aparece, aceitar a vida como crescemos nela, encarar a voz que nos acompanha e ouvi-la no conselho e na luz que nos traz. Um Novo Mundo, catarse, renascimento, humanismo ou criação, no melhor da vontade, na mais preenchida das sensações, na mais pura das verdades. Terra, vento, água e carne, um cinema puro, humano, e belo.
9 comentários:
Belo sim, quase perfeito. O cinema poderia viver só de imagens e de enquadramentos como os de Malick. E, no entanto, saí da sala de cinema a fazer um esforço para me esquecer daquelas vozes... Como dizer... Foleiras? Dispensáveis?
Pena que, apesar de tudo, ele ainda queira ser narrativo e falhe nesse aspecto.
Discordo completamente da descrição das vozes. Se o cinema tem voz (em Malick), é a poesia. E essas vozes são poesia, aqui neste filme uma poesia de um país a nascer, da sua nova identidade, da sua utopia, da sua humanidade. Por vezes, parece que estamos num poema de Whitman, num canto de nós mesmos.
"E essas vozes são poesia"
... poesia duvidosa ...
Tenho opinião diferente. E a poesia está na voz, não na tradução das legendas ou no que se lê.
Tu é que ouves poesia naquelas vozes. Aquilo que escrevi foi:
"E, no entanto, saí da sala de cinema a fazer um esforço para me esquecer daquelas vozes..."
Eu e outros poetas...
:P
será opinião atrasada, mas já está dito "pena que ele queira ser narrativo"
estou absolutamente crente que daqui a uns anos este será um "épico", ou seja daqueles envelhecidos do-seu-tempo
(não sou poeta, está visto)
Francisco,
Tudo bem? Escrevo aqui do Brasil. Descobri teu blog faz pouco tempo -La Saraghina é simplesmente genial. Quanto ao Malick, seja o filme bom ou ruim, a estréia de um novo Terence Malick justifica por si só um espaço para “O novo mundo” na lista dos maiores eventos cinematográficos do ano. Achei o filme muito bonito, mas triste, muito triste. Aproveito para convida-lo a conhecer o blog que criei recentemente, chama-se Kinos. Bom, sinta-se à vontade para visitá-lo.
http://www.cinekinos.blogspot.com
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